ZÉ CACHAÇA E JOÃO FUMAÇA

No bar da "fuxiqueira", um papo

chamava atenção :

estavam sentados "numa beira",

(um canto, lá no chão...).

"Dois amigos de morte" que diziam:

"somos fortes" e proseavam com

alegria.

Zé cachaça e João fumaça que riam

dos que morriam.

E zé cachaça ainda dizia:

_Mato de noite ou de dia.

_João fumaça, retrucava:

_Mato na rua ou em casa!

_Zé cachaça, respondia:

_"Antes de matar destruo a raça".

_João fumaça, completava:

_Primeiro ataco o pulmão!

_Zé cachaça, prosseguia:

_Vou do fígado ao coração.

E a fofoca, não tinha fim...

e na mesa ao lado, mais um pedia:

_Pinga, pinga, pinga em mim...

não importa se no copo, na latinha

ou numa taça.

Não importa nem o rótulo, sendo

álcool, "agente traça".

_Zé cachaça e João fumaça, ouviam

isto como música...

não paravam de achar graça, (mas,

o que queriam mesmo, era a morte

física).

De gargalhada em gargalhada, aden-

trou-se, a madrugada e o "bate papo",

não parava.

E o zé e o João se deleitavam...quando

então, ouviram o noticiário :

"O que mata mais no mundo é a cachaça

e o cigarro"!!!.

Sabendo então, desta notícia, zé cachaça

e o João fumaça; "tiravam o maior sarro,

e gritava, Zé cachaça :

_Viva!!! viva!!!

mas, João fumaça bronqueava :

_Viva nada.

_Morra!!! morra!!!.

Ao amanhecer de um novo dia, o bar então,

baixava suas portas.

Mas, ainda tinha quem pedia :

á saídeira, vamos solta... se tiver quero um

charuto.

Para mim, uma pinga pura.

E Zé e João fumaça encerravam:

isto, "amigos do peito" queremos vê-los de

"pés juntos", dentro de suas sepulturas.