PARADOXO
Em romântico querer do mundo material;
és atlântico saber, és profundo memorial,
riqueza do passado: tanta sabedoria;
tristeza do contado: pronta vã agonia!
Poço do saber, certeiro rumo da verdade,
troço do querer, herdeiro prumo da saudade
do porvir que enterro por não aparecer,
que sem vir será erro injusto a acontecer.
São poucos e poderosos, atingíveis,
tão loucos e onerosos, insensíveis,
gente que poderia até não existir!
Diminutos, desgostosos, sensíveis,
em minutos, revoltosos, perecíveis...
frente que carece muito de refletir.
Salvador, 1997.