1964

A rosa branca que te dei envermelhou,

O grito preso no peito ao teu ouvido entoou,

O medo por ter enfim gritado,

E ser sem motivo por ele torturado.

O espinho que o meu dedo espetou,

Uma mancha do passado meu grito lembrou,

O futuro aqui revivendo o passado

E eu sofro sozinho por aqui ter gritado.

A minha voz ele tentou calar,

Mas meu coração precisava gritar,

Por mil razões eu fui torturado,

São os vestígios de um crime que não fui condenado.

Tudo é apenas um sonho

De uma aurora que não conheci,

Esses são apenas relatos

De todos os restos de mim.

A rosa que te entrego agora é vermelha,

Tingida com sangue estou com uma ampulheta,

Não quero o tempo do aqui controlar,

Mas sei que é verdade: precisamos lutar.

Minha liberdade não sei onde está,

Resta apenas o medo e ter que acreditar,

Que o vermelho que tinge a rosa que te dei,

És minha esperança, pt, de gritar outra vez.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 09/10/2018
Reeditado em 09/10/2018
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