1964
A rosa branca que te dei envermelhou,
O grito preso no peito ao teu ouvido entoou,
O medo por ter enfim gritado,
E ser sem motivo por ele torturado.
O espinho que o meu dedo espetou,
Uma mancha do passado meu grito lembrou,
O futuro aqui revivendo o passado
E eu sofro sozinho por aqui ter gritado.
A minha voz ele tentou calar,
Mas meu coração precisava gritar,
Por mil razões eu fui torturado,
São os vestígios de um crime que não fui condenado.
Tudo é apenas um sonho
De uma aurora que não conheci,
Esses são apenas relatos
De todos os restos de mim.
A rosa que te entrego agora é vermelha,
Tingida com sangue estou com uma ampulheta,
Não quero o tempo do aqui controlar,
Mas sei que é verdade: precisamos lutar.
Minha liberdade não sei onde está,
Resta apenas o medo e ter que acreditar,
Que o vermelho que tinge a rosa que te dei,
És minha esperança, pt, de gritar outra vez.