NAVEGAÇÃO

NAVEGAÇÃO

Os ponteiros não param

Os segundos correm

Carregando o passado

Andrajos inúteis

É primavera de flores

E espinhos

Seguem pela atmosfera amena

Seres sem sombra

Pelas ruas silenciosas

Indiferentes a resultados

Andam a esmo ensimesmados

Olhando seus umbigos

Enquanto outros deslumbrados

Por brilhos artificiais

Navegam sem rumo

Sem prumo

A procura de um norte inexistente

Enquanto isso deitam âncoras

Em portos inseguros

Olhando do cais

Para horizontes improváveis

Atiram-se então ao mar

Agitado por grandes ondas

Morrendo afogados

Em suas mágoas incessantes

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 09/10/2018
Reeditado em 09/10/2018
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