meu calo
MEU CALO
Eu calo minhas palavras
que entorna sobre embalos,
caçando minha língua
sorvendo meus calos.
Essa fala, esse estralo...
Esse falar entornando o cálice
esse cálice tinto cheio de antídoto
eu bebo... Eu calo.
Calo com meu calo, não minto...
Saio por ai, beberico aquilo que pinto
essa pintura... Essa cura toda muda!
Essa muda para cura
de esperança toda escura.
Eu não minto...
Eu pinto... Eu pinto!
Eu pinto essa tinta, minha pinta!
Pinta que me pinta tão distinta!
As vezes sinistra, eu pinto.
Eu pinto esse sangue esse vinho
esse gole tinto, tão distinto!
Eu pinto essas moedas que tilintam,
esses quinhões que me pintam...
Sob a trilha sem bica,
sobre a bica sem água...
Eu pinto as minhas magoas.
Eu pinto e me pinto, sob luz apagada
sob o poste na minha calçada...
Me pinto, por tudo,
me pinto por nada.
Antonio Montes
MEU CALO
Eu calo minhas palavras
que entorna sobre embalos,
caçando minha língua
sorvendo meus calos.
Essa fala, esse estralo...
Esse falar entornando o cálice
esse cálice tinto cheio de antídoto
eu bebo... Eu calo.
Calo com meu calo, não minto...
Saio por ai, beberico aquilo que pinto
essa pintura... Essa cura toda muda!
Essa muda para cura
de esperança toda escura.
Eu não minto...
Eu pinto... Eu pinto!
Eu pinto essa tinta, minha pinta!
Pinta que me pinta tão distinta!
As vezes sinistra, eu pinto.
Eu pinto esse sangue esse vinho
esse gole tinto, tão distinto!
Eu pinto essas moedas que tilintam,
esses quinhões que me pintam...
Sob a trilha sem bica,
sobre a bica sem água...
Eu pinto as minhas magoas.
Eu pinto e me pinto, sob luz apagada
sob o poste na minha calçada...
Me pinto, por tudo,
me pinto por nada.
Antonio Montes