Aborto Aberto
Seguia o defunto em céu aberto
Rumo às ruínas de uma prostituta
O rio morto segue sem piedade
Levando consigo os trapos daqueles que jazem em Si
Que sem perceberem, seguiam as trilhas desta mesma morte
Regados de dores, fomes, dejetos e até um possível feto
Que renegado por sua própria mãe Pátria, descia a ladeira,
Rolava a ribanceira da vida rumo à vergonha nacional
Seguia o defunto, cheirava a podre o rio que em outra eras era belo de nascença, seguiu bravo, lutou, resistiu alimentou e sucumbiu nas mãos daqueles que te juraram amor eterno.
Aos céus o clamor chegou, recebido em mar aberto, deixou de ser rio para a prostituta ali, se lamentar!