Aborto Aberto

Seguia o defunto em céu aberto

Rumo às ruínas de uma prostituta

O rio morto segue sem piedade

Levando consigo os trapos daqueles que jazem em Si

Que sem perceberem, seguiam as trilhas desta mesma morte

Regados de dores, fomes, dejetos e até um possível feto

Que renegado por sua própria mãe Pátria, descia a ladeira,

Rolava a ribanceira da vida rumo à vergonha nacional

Seguia o defunto, cheirava a podre o rio que em outra eras era belo de nascença, seguiu bravo, lutou, resistiu alimentou e sucumbiu nas mãos daqueles que te juraram amor eterno.

Aos céus o clamor chegou, recebido em mar aberto, deixou de ser rio para a prostituta ali, se lamentar!

Elpidio Tozani
Enviado por Elpidio Tozani em 08/10/2018
Reeditado em 30/06/2019
Código do texto: T6470661
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.