Ventos de uma noite de verão

Aquele sentimento...

De ensolarado virou trovoada,

de febril se fez maresia...

Que me empurrou das varandas do peito

Gritou o meu nome à pura ventania

Puxou-me pela mão e me deixou sem jeito

Me abandonou a alma em esquina.

O sentimento...

De contemplar a estrela guia

transformou-se em universo desfeito.

O insosso sem companhia

me insulta toda vez que eu deito.

E relutando vou varrendo às beiras,

a contragosto,

às estribeiras.

Anseio pelo fim da escada

em cada tropeço,

não sei se subo ou se desço,

apenas paro no meio de tudo

e me perco no imenso nada.

A espera de um novo céu aberto.

Só depois da trovoada.