A visita cruel do tempo
Ele me visitou hoje
E o amanhã tornou-se ontem,
Chehar a caminhos sobre os quais não chegaríamos,
Lutar guerras que não são nossas,
Perder-se no agora que acaba de passar.
Ele nos visitou ontem
E o amanhã é o hoje que se perdeu no agora,
O cheiro de frutas cítricas me remetem a ti,
O sabor das amoras, a delicadeza dos cajus,
Tudo começa a fazer sentido.
Pego o telefone e te ligo ontem,
Na esperança de te ouvir amanhã,
Porque hoje ainda é abstrato,
E dentro dos meus vazios não cabem x ou y.
Foi uma visita cruel,
Pois me fez perceber que ele passa
E, ainda que queiramos, não volta.
As mais irrugadas, o rosto perdendo a altivez,
A oele perdendo o brilho e eu me perdendo no tempo
Que nos separou...