Além do Coração
Quanto tenho e nem sei usar.
Eu me reclamo das dificuldades
Que em muitas vezes vem me visitar,
Mas esqueço que eu tenho uma casa pra morar.
Muitos dormem sob o teto das lojas,
Enquanto eu tenho o almoço ou o jantar,
Muitos ainda procuram no lixeiro da cidade,
Enquanto eu reclamo da roupa sem marca,
Muitos quando as têm, são usadas.
Por ter bens,
Na maioria das vezes, os uso, como parte de minha identidade.
E quem não os tem, segue na rua vivendo apenas suas dificuldades.
A fria luz preciso dizer/
Que não preciso ter de um tudo/
Pois a riqueza de um homem/
Nunca vai estar no que se pode roubar/
No que se pode perder/
Ou no que se pode tornar nosso senhor/
Levando-nos a morte/
Só posso dizer, que o meu coração é o recanto do que posso te dar pra viver/