Arena de todos, terra de ninguém
Arena de todos,
Terra de ninguém.
Espaço sem dono,
Terra sem lei.
Conflagração de desejos, turbilhão de emoções,
Despontam iras, desejos,
Muitas contradições,
Temores, medos, expostos em exaustão,
Por vezes camuflados,
Revelam inquietação.
Num momento caótico, de um mundo a mudar,
Tão veloz, tão intenso, sem direção certa a tomar.
Todos despedaçados querendo se juntar
Não encontram os pedaços que estão a buscar
Se remendam aos montes, sem nunca se servir
Se aturam não suportando nem sequer se ouvir
Fazem guerras pretextando desejos de paz
Mas por ela não lutam, nem tão pouco a trazem.
Se desmontam, remontam, inconstantemente a mudar,
De modo quase autômato, sem a inércia notar.
Vão seguindo no raso sem muito aprofundar
Nas questões mais internas que só fazem evitar.
Num constante autoengano, em autoalienação
Vão passando-se os anos,
Sem sentido ou razão
Sem sentir o concreto, em pura abstração
Sem atitudes concretas,
Só palavras em vão.
Robóticamente, já estão a viver
Não mais sendo humanos,
Mas outra espécie de ser.
Neste espaço que existe
Mesmo sem ser real
Que se tornou realidade no mundo virtual.