eu canto

EU CANTO

Eu canto a minha cantiga
mesmo sem saber cantar
... As coisas da minha vida
coisa daqui; e de lá
canto a seca do sertão,
sem a chuva p'ra molhar
... As coisa do meu coração
que um dia me fez chorar.
No meu canto eu canto a voz
de um povo sem cantar
que as vezes por ser cantado
deu seu voto mal amado
foi parar do lado de lá.
Canto aquilo que me aflige
por todo descaso seu
canto aquela esperança
todo esperada pelo meu Deus
as vezes eu canto a vida
sofrida em prol d'aquela fé
N'uma cantiga querida
sob os trilhos de Nazaré.
Canto o cantar dos pergaminhos
e do caminho sob o mar
a solidão do meu sozinho
as leis que me faz passarinho
n'uma tabua de bitolar!
Eu canto assim como quem canta
as vezes p'ra não chorar
Um canto que canta a moda,
mas nunca sai do lugar!
Eu canto aquilo que quero
pensando me encontrar
as vezes no canto dos cleros
a cantiga que venero,
me propaga p'ra matar!
Um canto cruel perigoso
foi propagado em palco
com cuidados majestosos
iludindo todo povo
p'ra depois correia e taco.
Eu canto aqui, ali...
Por aqui, por acolá
sorrindo o meu existir
existo para cantar.

Antonio Montes
Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 30/09/2018
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