Meu grito-mudo
Falta-me o ar.
Apneia!
Grito em todos os tons,
Apenas eu me ouço,
Luto contra o resto do mundo,
O mundo sou eu mesmo.
Há uma falta em mim que precisa se cheia,
Há uma batalha em mim que precisa ser vencida,
Há um grito em mim que precisa ser ouvido,
Pois eu já cansei de ouvir a minha própria voz,
As pessoas precisam ouvir quem sou,
Entenderem a que vim.
Sopro.
Falta de ar!
Quem há de me ouvir gritar?
Meu grito-mudo não cabe mais em mim,
Preciso explodir, sair de mim
Reconhecer que sou, gritar para que me ouçam,
Minha voz ecoa intrínseca, apenas eu a ouço
Que há de me salvar do que busco ser?
Que há de me recordo hever no grito do meu silêncio.
O silêncio também é minha voz,
A voz que representa uma luta de mim comigo,
Uma voz que vai me vencer
E que irei derrotar,
Uma voz que precisa gritar para todo mundo ouvir,
Eu estou aqui.
Eu estarei aqui.
Até quando?