.O GRITO DE SOCORRO.

Muitas vezes vejo meu único amigo me devorando, e muitas vezes o vejo sentado em meu ombro, esperto e perspicaz é como o defino, uma criatura negra de aproximadamente três

centímetros, com olhos brancos e circulares, mãos que vão até os joelhos com apenas quantro dedos em ambas, sua missão, apenas me fazer sentir de maneira inatingível, pelo menos é o que diz, na maioria das vezes ele é quieto mas de vez em quando, ele me sussurra coisas, coisas que outros falam, pensam e até mesmo fazem relacionando-as a minha pessoa, obviamente, são falas, pensamentos e atitudes péssimas, felizmente eu não considero tais importunuos mas sempre acabo por cair em suas maldades, e quando isso acontece, ele me abraça, com um abraço quente mas mortal, confortável mas cheio de espinhos, acolhedor mas completamente vazio e escuro, e é aí que acabo me derramando aos prantos, tudo se negativa, pensamentos mórbidos, atividades inadequadas, desconfiança contínua até mesmo da única pessoas que me jurou amor pela eternidade, e olha lá, estou gritando palavras ao vento, esperando alguma alma fartosa decifrar minha arrogância e entender o pedido de socorro, mas até isso acontecer, cá estou, sentado no fundo do precipício, de onde venho me jogando a tempos, por isso venho me jogar uma última vez, apenas do trigésimo andar não apenas para acabar com esse sentimento importunuo mas também para tirar o fardo que sou do ombro de amigos, familiares e também de minha doce e querida amada.