D TANTO DESEJO
O dia ruge flechado por uma sensibilidade atroz É q a doçura do sangue alegra a dor
e beleza descarnada rompe transparente mas grávida d novas cores
o recanto dos Dragões e dos Vampiros
levada pelo Cortejo Fúnebre da Macheza
na terra em q cangaço é Romantismo
Mórbida Fé
a terra atua na precisão do voo límpido do homem liberto ora caido sobre ramos d insensatez
a terra atoa turva a ira dos mares mexidos d raios murchos
requiem d centauros ninfomaníacos chupando sorvetes fálicos nas esquinas viciadas
centauros castrados gordos d passividade encharcada lambendo a inércia do anjo-coxo
encarnado na última geladeira elétrica preservada para orgias d impotentes e d lébicos
anjo-nu desesperado d sexualidade presa
funde as asas ao vácuo d tanto desejo
arpejo pexendo o oceano
marmanjo celeste solitário fio
da humanidade e do cosmo
passa o ano sem-terra bravio
potro d fogo miragem d Genese
homem-flor fervendo d paixão
entre pedras
genitália noturna dos decaidos
Queijo d esperma guardado por leoas d peroba-viva no eixo das estações
disputado na fome rachada das nações em crise estratégica
vejo as legiões do futuro acampadas na planície-dorsal d Saturno
alinhado sobre Brasília