A NOITE E EU - Poesia inédita

EU…

Tenho livres pensamentos

Que me passam como ventos

Numas saudades infindas

Que em outrora me matavam,

No coração se espalhavam,

Mas foram muito bem-vindas!

Por que não sofrer de amor

Se a alma não levar rancor

Do que foi muito vivido?

Mesmo que a dor não suporte,

O que tenho é só a morte

Dentro do peito querido?

A NOITE...

O que queres não prometo,

Sou apenas o esqueleto

Do dia em forma de luzes

Que no negro se propaga

E no raiar já se apaga,

Desmanchando tuas cruzes!

Ah, sofrer não interessa,

Disso não, não tenha pressa,

Pois apesar dos meus astros

Que embotam tantas tristezas,

Sou rainha das realezas,

De ilusões não deixo rastros!

EU…

É por isso que te admiro,

Tua sombra que suspiro,

Teus brilhos são alimentos

Que eu devoro no infinito

Soltando mágoas num grito

E a viver de encantamentos!

A NOITE…

Sou noite por noite ser

E lhe devo esclarecer,

Não me faça tuas juras

Nem de amor nem de perdão,

Sou sem alma e coração,

Do universo sou loucuras!

EU…

Então por que me hipnotizas

Se da vida não precisas?

São falsas as esperanças

Que em teu seio depositam,

Os seres que necessitam

De amor por suas lembranças?

A NOITE..

Vou te dizer a verdade

Se queres cumplicidade,

Pois sou apenas um véu

Que com calma transparente

Como água em rio corrente,

Sou uma estrada pro céu!

EU…

Eu, pra sempre serei grato,

Pois você noite, de fato,

Jamais será invisível!

Para amar todos são poetas,

Tuas luzes são as metas

De um coração que é sensível!

Eduardo Eugênio Batista

@direitos protegidos por lei

Setedados
Enviado por Setedados em 29/09/2018
Reeditado em 25/07/2019
Código do texto: T6462693
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