Ode à Dúvida

Está suspenso em uma ferida acesa

Entre o silêncio e o gesto antecipado,

Fonte do medo

Sombra dos ímpetos

Mãos que desfazem os nós da razão

Semente da nossa ilusão.

Trancado em carne e sangue de um anjo torto

Fantasiado e fustigado por seus delírios,

Lobo de si mesmo, rei e bobo consubstancial

De um pungente desejo que arde os sentidos

Sobre uma chama em flor de um fogo vermelho

Espalhando pelas veias como raízes incendiárias

Compondo teu estro a esmo finito.

O barco ébrio sai sem leme e vela

No coração colérico da juventude

Rodando mares tão diversos

Sem versos prontos,

Rostos fugazes

Delíquio dos sonhos

Destino e desatino

A vida nas mãos

Da Dúvida...

Dezembro, 2017

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 28/09/2018
Código do texto: T6462173
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