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Não lembro da última vez que fiz amor com Marie,
em pensamento.
Nem de quando foi a última vez que meu olhar caiu dentro do dela,
me deixando com aquela sensação,
de afogamento.
Provavelmente ela não está nem aí,
se eu penso ou se eu não penso,
e talvez seja justamente a indiferença
o que me faz continuar pensando.
Talvez Maria esteja aí do lado
à beira de uma janela,
fumando o seu cigarro
mentolado
e se perguntando por que se sente
tão anestesiada,
para imaginar que alguém
possa estar pensando nela.