DUETO
Eu, qual cantora solista,
Desalentada e sozinha na pista,
Escrevo meus solitários versos,
Quase sempre em melancolia imersos...
E neste meu triste voo solo
Revelo, subliminarmente, em poesia,
Que preciso, desesperadamente, de colo...
Que prefiro cantar em dueto
Que preciso muito de companhia,
E me apego ao amuleto
Que minha avó me deu um dia...
Fico imaginando e sonhando,
Como a doce e ingênua Julieta Capuleto,
Com as declarações de amor de um Romeo,
Só que sem o trágico final, naturalmente...
Só com a parte lírica e romântica em mente...
Só com a poética cena do balcão,
Só com um rouxinol cantando eternamente,
Sem cotovia para despertar-me de minha ilusão.