O bem
A morte nos privará de nosso tempo algum dia
E deixará estúpidos os que se deram à recompensa do mal
Pois a vitória pertence ao bem que atravessa as gerações
Um bem que não vem de nós mesmos e que depende de uma escolha, simplesmente
Que é algo a que todos compreendem a sua utilidade embora alguns o rejeitem
Bem este que se dá e se impõe à nossa natureza quase sempre inclinada para o mal
O bem que um dia fez o homem triunfar sobre a criação
E um dia o fará triunfar também sobre os seus defeitos
Um bem que é intrépido seja qual for o tamanho de uma maldade
Que se emenda às dádivas não merecidas dos recomeços
E que é sempre amável até nos mais difíceis e confusos finais
Um bem que é quase inconscientemente provado em nossa desconfiança
Que é aparentemente frágil na sua força
E que, todavia, salva os homens de suas próprias mãos
Sagrado? Psíquico?
Quem sabe o que o seja?!
Imperativo, o bem existe na confusão da ordem em que atuam os maus
Existimos porque os bons ainda são a maioria
Embora pudessem tornar-se ainda melhores!