O bem

A morte nos privará de nosso tempo algum dia

E deixará estúpidos os que se deram à recompensa do mal

Pois a vitória pertence ao bem que atravessa as gerações

Um bem que não vem de nós mesmos e que depende de uma escolha, simplesmente

Que é algo a que todos compreendem a sua utilidade embora alguns o rejeitem

Bem este que se dá e se impõe à nossa natureza quase sempre inclinada para o mal

O bem que um dia fez o homem triunfar sobre a criação

E um dia o fará triunfar também sobre os seus defeitos

Um bem que é intrépido seja qual for o tamanho de uma maldade

Que se emenda às dádivas não merecidas dos recomeços

E que é sempre amável até nos mais difíceis e confusos finais

Um bem que é quase inconscientemente provado em nossa desconfiança

Que é aparentemente frágil na sua força

E que, todavia, salva os homens de suas próprias mãos

Sagrado? Psíquico?

Quem sabe o que o seja?!

Imperativo, o bem existe na confusão da ordem em que atuam os maus

Existimos porque os bons ainda são a maioria

Embora pudessem tornar-se ainda melhores!

Gualther de Alencar
Enviado por Gualther de Alencar em 23/09/2018
Código do texto: T6457269
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