A sombra
Como a sombra de um vulto
acho um insulto quando
me veja pela sombra
como um rastro de pés
caminho coberto com véus
ouço a voz de um vulto
me passando um indulto
para não ouvir aquilo
que é um insulto
como um sonho que vê
quando conta ninguém crê.
enxergo tudo, sem olhar
me vejo com os raios
raios deste sol
beijo o rosto de um nome
sem o pronome de um ato
vejo de fato seu rosto
me dando um grande desgosto
difícil de se ver
magoado e fissurado
peço que não xingue
prefiro entrar num ringue
a ser mensurado
quero ver olho no olho
não escondo meu desgosto
dou o perdão a contragosto
para depois não sentir culpado.