"Cunhados"
Desde os primórdios,
Edificam o auto-ódio...
Eis nossa Torre de Babel.
Diáspora em marcha ré,
Tiros contra o próprio pé...
Caim versus Abel.
Desconhecemos o inimigo,
Não diferenciamos o trigo...
Do joio.
Meu eu de mim pede divórcio,
Não me quer como sócio...
Nega-me apoio.
É como autoflagelo,
Quebramos sempre o elo...
Da corrente errada.
Divididindo-se em células,
Sem valor tipo cédulas...
Ao meio rasgadas.
Nos põe um contra o outro,
Somos galos de briga soltos...
Nesta rinha.
Mas no espelho tu me depara,
O dedo que aponto pra tua cara...
Se direciona para minha.
Putz!
Seguimos tal hutuz e tutsis...
Sujo plano de William Lynch.
A gente até discuti,
Pelas nuances da cútis...
Nosso abraço é um clinche.
Una os retalhos da colcha,
Pois laço fraterno afrouxa...
"Cunhado não é parente!"
Tu é tipo um suícida,
Ao dar cabo da minha vida...
Morres consequentemente.
Questões de gênero, classe,
Geram grande impasse...
Aumentam a tensāo.
Veja o tipo Latrel Spencer,
Não sabe a que grupo pertence..
Em qual lado do front estão?
Para e pensa,
Culpado é o doente ou a doença?
Contra si se desarme.
Tenho que repetir quantas vezes?
Somos irmãos siamêses...
Quando lhe firo, firo minha carne.
Condená-los não é o intuito,
Quem faça isso já há muitos....
Na multidão.
Só proponho um circuito,
Um encontro fortuito...
Com a razão.
Ruckus e Stephen,
Como seriam hífens?
Só aprenderam ser hiatos.
Marcados a ferro em brasa,
Como "Pretos da casa"
E capitães-do-mato.