FUTILIDADE E COTIDIANO
Que tristeza,
tudo virou sutileza
Ser fútil virou moda
Está na página primeira!
Contar histórias da carochinha,
Vestir vestes da rocinha,
Falar alto,
Rir bonito...é diferente?
Ou será que rir diferente é bonito?
É ser contente?
Evita percalço?
Então vamos em frente!
O triste é ser diferente
Ver beleza na vileza
Isso é o que existe
persiste e é para sempre!
Mas eu continuo triste
Olhando tudo em volta
E ainda vendo o que existe
Cantando em voz alta
E esquecendo o que persiste
Sabendo que o que insiste se solta
Daquele que não resiste
Solta-se das mãos débeis
Dos olhos delirantes
Do coração galopante
Ah, a ideia errada
Da mão espalmada
Do olho recuado
Do coração dominante
Ah, os olhos vis e felizes
Sem a felicidade do instante
Ah, os olhos dançam
Muitas pistas deslizantes
Ah, os olhos cantam
Muitos anos vibrantes!
Há muitos anos buscam o encontro
O poeta está perdido!
O amante desiludido!
Ele se entregou!
Ele está desvarido!
Levante-se, óh tolo!
E desfrute de todo esse engodo manso e ferido!