FUTILIDADE E COTIDIANO

Que tristeza,

tudo virou sutileza

Ser fútil virou moda

Está na página primeira!

Contar histórias da carochinha,

Vestir vestes da rocinha,

Falar alto,

Rir bonito...é diferente?

Ou será que rir diferente é bonito?

É ser contente?

Evita percalço?

Então vamos em frente!

O triste é ser diferente

Ver beleza na vileza

Isso é o que existe

persiste e é para sempre!

Mas eu continuo triste

Olhando tudo em volta

E ainda vendo o que existe

Cantando em voz alta

E esquecendo o que persiste

Sabendo que o que insiste se solta

Daquele que não resiste

Solta-se das mãos débeis

Dos olhos delirantes

Do coração galopante

Ah, a ideia errada

Da mão espalmada

Do olho recuado

Do coração dominante

Ah, os olhos vis e felizes

Sem a felicidade do instante

Ah, os olhos dançam

Muitas pistas deslizantes

Ah, os olhos cantam

Muitos anos vibrantes!

Há muitos anos buscam o encontro

O poeta está perdido!

O amante desiludido!

Ele se entregou!

Ele está desvarido!

Levante-se, óh tolo!

E desfrute de todo esse engodo manso e ferido!

Alexandre Scarpa
Enviado por Alexandre Scarpa em 23/09/2018
Código do texto: T6456777
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