MANHÃ
MANHÃ
Manhã
Do despertar dos pardais
Do bem-te-vi
Que não me vê
Das manchetes dos jornais
Presentes castigos
Da instantânea fumaça do café
Do pão amanhecido
Mais um dia evoé
Quem sabe de sol radiante
D´uma linda mulher passante
Do roncar de motores
Do passar de recicladores
Em sua nobre pobreza
Do lixo riqueza
Do cão que passeia
Do dono que anseia
Uma dona em seu caminho
Quem sabe um papo
Posterior carinho
Numa academia de corpos
Malhando corpo a corpo
Suando a trabalho
De novos encontros
Sem agendas compromissadas
Sem rotinas do dia a dia
Sem cansaço de empenhos
Para ganhar a vida
Apenas manhã sem preocupação
De amanhã consentido
Sem sentido
Da procura da felicidade
Que está no agora
Não no futuro
Nem no outrora
Tampouco em nova
E incerta manhã