MANHÃ

MANHÃ

Manhã

Do despertar dos pardais

Do bem-te-vi

Que não me vê

Das manchetes dos jornais

Presentes castigos

Da instantânea fumaça do café

Do pão amanhecido

Mais um dia evoé

Quem sabe de sol radiante

D´uma linda mulher passante

Do roncar de motores

Do passar de recicladores

Em sua nobre pobreza

Do lixo riqueza

Do cão que passeia

Do dono que anseia

Uma dona em seu caminho

Quem sabe um papo

Posterior carinho

Numa academia de corpos

Malhando corpo a corpo

Suando a trabalho

De novos encontros

Sem agendas compromissadas

Sem rotinas do dia a dia

Sem cansaço de empenhos

Para ganhar a vida

Apenas manhã sem preocupação

De amanhã consentido

Sem sentido

Da procura da felicidade

Que está no agora

Não no futuro

Nem no outrora

Tampouco em nova

E incerta manhã

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 22/09/2018
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