Entardecer
N'augusta luz de outras eras,
que traz-me à lembrança.
Escrevo, e cada verso, uma quimera,
brada-me, soa e dança.
N'alma, queda e cálida,
que está sempre a sonhar.
Sair um dia dessa crisálida,
livre indo pelos ares a voar.
À paz floresce, e do cálice da vida, o vinho,
sorvo, na mansidão, de outro poente.
Vendo ti, que vai sozinho,
outra vez triste e silente.