INÉRCIA
Que nos valham o canto e a poesia,
pois a ordem e o progresso já não têm valia.
Ante ao poder, a indiferença e a ganância,
os sonhos aos poucos se tornam utopia.
O poder perpetua, sem freio, imponente,
tornando ilusão a ilusão da gente.
Já não importa ser, o ter vale mais:
diante de tantos interesses escusos,
tão impotentes contra os chacais,
intolerantes engolimos os abusos.
Inertes, sozinhos, cansados e confusos
regurgitamos nossos ideais.
Saulo campos - Itabira MG