Ébano
Assim eu me rendo
Na sua cor eu me prendo
Provo da melanina
Que escorre em seu corpo
Banho-me e perfumo meu leito
Com o suor do seu amor.
Seduz-me com o olhar
A carne dos seus lábios quero beijar
Enlaçar-me no seu tronco trabalhado
Escorregar-me por entre seus músculos
Com meu ego extasiado.
Na negritude do seu olhar
Adentro o paraíso
Sinto o cheiro de brigadeiro
Na sua cor de menino brejeiro.
Deito, rolo e respiro
Talvez seja meu último suspiro
Pode ser anjo ou mero engano
Dessa aventura eu não abro,
"Meu" moleque
Moreno trigueiro.
Fátima Lima