ENCANTO
Não há pranto
Aqui em meu canto
Quantos encantos
Em todos os cantos
Eu choro aqui, todos os dias
Não choro doído, mas de alegria.
Em todos meus prantos
Não há lamentos
Eu faço o que posso
O que não posso, eu tento.
No meu canto eu pago
Tudo o que fiz
Estou sempre de bem
De bem comigo e bem feliz.
Às vezes me sinto...
Às vezes me sinto
Um pouco abandonado
Lembro-me do ditado
Melhor estar só
Do que mal acompanhado
Á noite as estrelas
Do luar o clarão
No silêncio da noite
O ganido de um cão.
Cabeça pensante
Coração a pulsar
No sopro do vento
Ponho- me a bailar
Alguns vultos na rua
A me observar
“Deve ser um louco”
Põem-se a cochichar
Não dou atenção
Nem deveria dar
Aqui no meu canto
Fico a gargalhar
Mesmo com o pranto
Na face á rolar
No encanto do pranto
No meu canto a cantar
Não deve ter pranto
Quando eu me calar.
(arnor milton)