Algoz

Meu algoz morreu primeiro

Enforcado em árvore-de-beira-de-estrada

Fantasiado de pirata

Mostrava a língua escarnecedora

Solitário na morte

Ausente na vida

Carrasco vítima pendurado

Numa pequena árvore

Balançando ao vento as mãos

Espantalho numa plantação

Perdida, secando ao sol

Como trapo às traças...

Morreu sem uma palavra

À beira da estrada

Como todo mundo nesse

Mundo de fantoches.

João Barros
Enviado por João Barros em 17/09/2018
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