Algoz
Meu algoz morreu primeiro
Enforcado em árvore-de-beira-de-estrada
Fantasiado de pirata
Mostrava a língua escarnecedora
Solitário na morte
Ausente na vida
Carrasco vítima pendurado
Numa pequena árvore
Balançando ao vento as mãos
Espantalho numa plantação
Perdida, secando ao sol
Como trapo às traças...
Morreu sem uma palavra
À beira da estrada
Como todo mundo nesse
Mundo de fantoches.