QUEM BOTOU CABO NAS ROSAS.

Quem botou cabo nas rosas

tinha a pretensa intenção

de proteger dos afagos

esta fonte de admirações

deixando um pouco afastada

a extremidade das mãos

pois nem sempre a humanidade

procede com delicadeza

a quem exala sutilezas

e esbanja em fragilidades.

Embalado em teu colo

eu durmo sonos profundos

pareço estar noutro mundo

mas eu acordo assustado

porque logo em seguida

costumo ser dispensado

deste aconchego gostoso

porque tu estais ocupada

e não podes continuar

com teus mimos consagrados.

Tem momentos em que a vida

nos aponta com clareza

que o sumo das incertezas

deterioram ao nosso por vir

bem mas difícil de construir-se

quando não temos destrezas

para lidarmos com as angústias

que são postas sobre a mesa

mas a nossa perseverança

reconstrói os nossos esmeros.

Os caminhos se fundem tempo afora

os desejos se fazem mais confusos

os anseios misturam pavor e glórias

espanam as roscas dos parafusos

que sustentam a nossa sobriedade

mistura anjos de guardas e intrusos

e enquanto não limpamos jogo sujo

nossa mente não desfaz estas trapaças

é como fosse do proceder uma cachaça

que nos levam as contendas do absurdo.