Eu nunca digo adeus e outra hipérbole..

Eu nunca digo adeus

Eu continuo

A procurar pelos olhares

Que um dia foram meus

Nunca sou definitivo

Mesmo quando eu sou como eles

E atrevido, desvio o olhar

Eu não desvio sem ter a consciência

Do que estou fazendo

Desprezo quando sou desprezado

Não é um sentimento errado

Nunca me esqueço de quem passou por mim

Porque quem passa

Foi a minha atenção

O meu sorriso

A minha tristeza

A minha amizade

Mesmo que efêmera

Teve o meu coração nas mãos

O meu paraíso, uma brevidade

A minha lealdade/ingênua

Ocidental

Eu sou acidental

Não tenho lados

Não sou de cantos

Mesmo que tenham me sobrado

Sou o resto

De uma conta de dízima

de alma

Sou pára-raio

Sobrevivo entre ocidentais

Mas não sou como eles

Se vivesse no leste

Não olharia para o oeste

Como se os meus olhos fossem deles

Não tenho filiação

Tenho mais a ver com pedras

Com àquela luz distante