Soneto da ANSIEDADE
Estou com uma ansiedade profunda,
Que enche meu peito indo até ao céu,
E ao mar, que as ondas a terra inunda
E, de tal tristeza vou chorando ao léu.
A ansiedade de amor aflora no peito
É de todos amantes que hão separados
Entretanto, não sei com que direito,
Ficamos assim, um do outro apartados.
Nessa ansiedade em que tudo gira,
Gira no peito e entre essa luz suspira
E chora de amor, amargamente chora...
E essa grande força, em sua intensidade,
Confunde-se tudo, até à cruel ansiedade,
Que a tristeza profunda ainda devora.