Poeta que me pariu!

Acordado na madrugada...

essa é a minha rotina.

As palavras não dormem;

dorme só, minha menina.

Ao levantar-me...

no escuro, uma quina...iiii!

(poeta que me pariu!)

Já é a primeira dor

que chega e me domina.

Depois vêm outras dores...

já é bem tarde, sol em cima.

Voltar à cama não dá mais

e nem mais me quer,

minha linda Cristina.

Aí meu corpo reclama e ensina

que a função de escrever

é igual a distância que há

entre a dor e a aspirina.