EU NA MADRUGADA

Madrugada, a vida parada

Mente insana de pessoa humana

Um cara bacana será o que sou?

De mim para mim o que me restou?

Passaram os anos, muitos enganos

Enganado, enganando ainda estou?

Eu sempre duvido de certos amigos

De quem diz “querido” e é sem querer

E o sentido da mesma não sabe dizer

Continuo perdido sem me encontrar

Se o hoje foi bom, o que melhorar?

Esta busca insana, esta mente humana

Faz-me perder, não saber o que quero

E nem sei se quero o que quero saber

No vazio da noite, na alma vazia

Madrugada caminha para um novo dia

Um dia tão novo, eu mais velho de novo

Vivi uma vida sem a vida viver, o que se há de fazer

Não quero apego, só quero sossego

E sossego eu vou ter, quando eu morrer

Madrugada vazia, a alma arrepia

Ponho-me a ler, quem vai entender?

E neste silêncio, sozinho eu penso

Para que mais alguém? Para sofrer também?

Madrugada. .. Madrugada... Madrugada...

Minha alma cansada na procura errada

Machucou mais alguém. Perdoe-me também.

(arnor milton)