P R E C I O S I D A D E S (131)
C A B E L O S
Cabelos ! Quantas sensações ao vê-los !
Cabelos negros, do esplendor sombrio,
Por onde corre o fluido vago e frio
Dos brumosos e longos pesadelos . . .
Sonhos, mistérios, ansiedades, zelos,
Tudo que lembra as convulsões de um rio
Passa na noite cálida, no estio
Da noite tropical dos teus cabelos.
Passa através dos teus cabelos quentes,
Pela chama dos beijos inclementes,
Das dolências fatais, da nostalgia . . .
Auréola negra, majestosa, ondeada,
Alma da treva, densa e perfumada,
Lânguida noite da melancolia.