FLORES E ORVALHO

Deitei minhas flores na relva,

De orvalho banhadas,

Pela serena manhã

De uma longa madrugada.

Minhas flores

Eram flores coloridas,

Todas elas escolhidas,

Pra enfeitar com vida

Meus dissabores...

Falei à madrugada

Que não despertasse a aurora,

Sabendo, muito embora

Que já fosse a hora

De o dia clarear.

E enquanto o sol dormia

Pedi aos passarinhos,

Que não fizessem ninhos;

E seus cânticos não entoassem

Em coral com seus vizinhos.

Abri minha janela

Nunca vira, com certeza

A natureza, tão bela!

Porém, o sol despertou.

E ainda de olhos cansados

A aurora assustou.

Corri

Pela relva verde,

Com pressa pra chegar.

Recolhi minhas flores

Sacudindo

Suas gotas orvalhadas,

Como a brisa no mar.

Agradeci aos passarinhos

O silêncio dos seus ninhos...

Meditei, por muito tempo

Na quietude dos ventos,

E espantei, sorrindo

Os meus lamentos.

Depois, Voltei

Abraçada com minhas flores

Pra enfeitar com vida,

Meus dissabores...

Iraí Verdan
Enviado por Iraí Verdan em 09/09/2007
Código do texto: T644580