O tempo
O tempo é o senhor de todos nós
Quer a primeira luz de nossas vidas
Quer pelo ponteiro cansado e tênue que nos separa da morte
Quer pela chance prorrogável de novos dias
O tempo nos faz sonhar com eras fecundas que talvez nos sejam negadas
Nos faz viver em constantes contradições e medos comuns em nosso cotidiano vital
Nos faz útil de alguma forma
Pois conosco o tempo existe e é visível
A essência do tempo está no homem
Pois com ele o tempo nasceu para ser limitado
E é justamente o fato de ser provisório que o faz mais bonito e emocionante
Os anjos talvez nos invejem por causa de nossa brevidade
Más o tempo cresce imparcialmente
Nem é do bem e nem é do mal
Em sua pureza súbita nada faz de pré meditado e extraordinário
O mesmo tempo que estraçalha a nossa vida
É também aquele que emenda a nossa historia
Pois eu nasço e renasço com o mesmo tempo com que se desgasta o sol
Sabemos que o tempo é infinitamente fértil e ninguém o pode detê-lo
Exceto a morte de quem ele foge
E que se adia até não poder mais
No entanto, o tempo jamais conseguiria sucumbir a esperança de que possamos domina-lo
Precisamos aprender a lidar com o tempo
Pois, o tempo não admite o atraso, para não adormecer em si mesmo
E já que pode ser o futuro das soluções e do colapso
Melhor fica o tempo quando nao é apenas a proximidade para o fim
Pois assim como a idade torna mais doce o vinho
Deve também existir algo de especial entre os homens e o tempo
A vida nos diz que o tempo é um fenômeno marcante
Cresce e decresce, divide-se e soma-se
Digo que a perfeição é o primor do tempo
E o tempo universal nem é ciclico e nem é linear
Homogéneo e mecânico num só instante
Nunca é carrasco conosco e nem tanto poético
É simplesmente ele
É simplesmente o TEMPO