Ofuscadamente

OFUSCADAMENTE

Quando o vento sopra sua cantiga
sob minha volta, eu abro a porta
dos meus sentimentos, abraço o tempo
e olho para o céu e vejo-o apreciando
de cima... O doce amarelo da brisa.
Eu ouço os ventos tilintando a sua canção
pelas frestas dos meus sentimentos.
Nesse ínterim, sob um fim de tarde e outro
lá da minha janela eu aprecio pernas
apressadas e se projetarem sobre a rua
em busca do tudo para logo se tornar
em nada. Ouço o eco de buzinas,
apitos de um guarda projetados na
aglomeração da moderna imbecilidade
humana. Na rua o vermelho se fecha enquanto
o verde propaga o tumulto desumano.
O pouco tempo do tempo vive se acabando
sistematicamente e sob a viela da loucura
frenagens de rodas, rodam desajustadamente
muitas vezes selando inocentes do sistema.
Lá de cima os ajustes nos moldam em
suas pautas nos ajustando aos seus bem
querer. Aqui, mais uma noite cai, dando
suporte para os sonhos que nunca chegam
além do sonhar e logo pela manhã
o sol aquece o amanhecer avivando a
vida e renovando as esperanças ofuscadas.

Antonio Montes
Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 09/09/2018
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