COMO FÊNIX

Este sentimento não havia desaparecido

Este sentimento estava adormecido

Ao longo do tempo ele silenciou

Quando ao longo do tempo de mim se afastou

Não houve culpados, nem ao menos um “adeus”

Fomos levados a outros caminhos, não meus, não teus

Surges de repente numa nova aurora

Acorda um sonho que nunca foi embora

Hoje, minha alma lamenta o que foi deixado nos anos noventa

Revejo a imagem da menina-mulher que em mim ficou

Revejo a miragem que tão pouco mudou

Estou apreensivo, o sentimento acordou

Ás vezes me pego sorrindo sozinho

Ás vezes me pego falando baixinho

Ás vezes a alma se descontrola, bem que eu poderia ter ido embora

Não sei o que fazer, não sei o que dizer, não sei nem pensar

Se o coração vencer a razão? Como vou ficar?

Não devo, não posso reviver o que foi nosso

Não há sofrimento em meu coração

Mas também não consigo encontrar a razão

Tanto tempo escondido, mas não esquecido

Coração e razão novamente perdidos

Melhor seria eu não ter os sentidos

Senhor do universo, o que está a fazer?

Por que este sonho eu o reviver

Não sei se é castigo ou se brincas comigo

O que queres fazer? Podes me dizer?

(arnor milton)