NOVA POESIA

É noite... Ouço o grilo

Pela janela, da lua, vejo o brilho

As nuvens passam mansamente

Estou perdido em minha mente

As horas passam lentamente a passar

Os sapos lá fora, a coaxar

Os galhos balançados pelos ventos

Incômodos em meus pensamentos

O sono não aparece

Cobertor que não aquece

Melancolia me invade

Trás de ti muita saudade

Eu nem sei o que fazer

O desejo é morrer

Ao longe um galo a cantar

Madrugada a avançar

Três e quarenta e agora

Cerração surge lá fora

Cria aquela sensação

Que aperta o coração

O silêncio é quebrado

Por um cão que assustado

Na rua põe-se a latir

Logo outro a seguir

É loucura o que faço

Tentando ocupar o espaço

Que um dia em mim deixou

Acordado, aqui estou

Na ausência de você

Fico então a escrever

E tentando evitar

De você eu me lembrar

Sinto tudo em minha volta

Sinto em mim esta revolta

De estar aqui comigo

Neste sonho eu me abrigo

Se dormir, eu não consigo

Acordado outra vez

Já são quinze pra seis.

Novo dia, nova agonia

Nova poesia

Era isso que eu queria?

(arnor milton)