Quarto Escuro

Sempre com esses olhos

Febris, vermelhos, arranhados.

Pego em sua mão ossuda e grave

Fria, estiada, úmida, sem sangue.

Seus braços soltos ao lado do corpo

Abrange aquilo que chama de mundo

E não nos sobramos para sobremesa

Sobre a mesa a esmo o poema morto

Sempre me olhando ás avessas, séria

Arranca-me risos no quarto escuro

A nossa maneira somos felizes

Pois há luz por trás das cortinas gastas

Milton Oliveira

05ago/2018

milton antonios
Enviado por milton antonios em 05/09/2018
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