A solidão me (nos) compensará

Preciso de um verso

E o seguinte virá como uma mágica

Feita pela natureza

Como um barco que surge sobre as águas

No horizonte

Lentamente como um pássaro ferido chegando

Aos galhos de uma pequena árvore

Além das montanhas da dor

Eis minha alma em tuas mãos

Cuida dela como se fosse tua

Minha poesia e o instinto que a segue

É bem maior do que o fim de tuas dores

E eu, companheiro infeliz de tuas lágrimas

Não sei me definir

Nem identificar as mágoas que me flecham

Pela manhã

Depois de cada verso só um ritmo

Angustiado de palavras sem rima

E além dessa tormenta

O que resta é um frio momento a dois

Que não somos nós

Mas os personagens de um livro não escrito

No mais, a solidão me (nos) compensará...

João Barros
Enviado por João Barros em 05/09/2018
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