A solidão me (nos) compensará
Preciso de um verso
E o seguinte virá como uma mágica
Feita pela natureza
Como um barco que surge sobre as águas
No horizonte
Lentamente como um pássaro ferido chegando
Aos galhos de uma pequena árvore
Além das montanhas da dor
Eis minha alma em tuas mãos
Cuida dela como se fosse tua
Minha poesia e o instinto que a segue
É bem maior do que o fim de tuas dores
E eu, companheiro infeliz de tuas lágrimas
Não sei me definir
Nem identificar as mágoas que me flecham
Pela manhã
Depois de cada verso só um ritmo
Angustiado de palavras sem rima
E além dessa tormenta
O que resta é um frio momento a dois
Que não somos nós
Mas os personagens de um livro não escrito
No mais, a solidão me (nos) compensará...