Todos, Todas
Toda vida, toda arte
Toda lida, toda parte
Eu não ligo mais pra dor
Nem pra mais nada
Se tiver amor me serve
Qualquer jogada
Que se dane casa bacana
Sucesso fama dinheiro
Eu quero mais um carnaval
Mesmo sem fevereiro
Pois é muita loucura
Apenas prum cara só
Disputa filho-da-puta
Pois tudo vira pó
Se quiserem podem
Falar mal de mim
Eu procuro e me curo
Com as flores do jardim
Eu canto e danço
Mesmo quando chove
Pra que ficar parado
Se até a terra se move?
E podem contar
Essa alegria não é falsa
É que a vida segue
Mesmo estando descalça
É que sou saltimbanco
Pirata e bandoleiro
E virei rei cigano
Mesmo em dia de luto
Eu sei ser festeiro
Pois a festa é o que resta
Mesmo de cara lavada
A guerra cai por terra
E não deu em nada
Todos os nomes agora
Vem vindo na boca
Já não tem mais cura
Pra essa febre louca
Pois assim eu o quero
Quero tudo e desejo
O poema e o verso
E tudo que for beijo
São rimas óbvias
Por que não meu senhor?
São apenas um rimante
Que sem vela já velejou
E esse feliz desabafo
Já tá chegando ao fim
Mas se quiser pergunte
Eu explico tim tim por tim tim...
Toda vida, toda arte
Toda lida, toda parte...