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Por cima, nada mais é que um céu pesado

Ferro retorcido, lustro aço

Muito mais próximo

O letreiro com o filme anunciado

Um novo filme, já reprisado

Como se buscasse o futuro e

Atingisse o passado

Na terra, chão escavado

Os pés viram vapores

Trilhos de bonde

Engrenagens de ritmo acelerado

De motor morto, sempre alucinado

Da falsa janela abre-se outra realidade

Sem nenhuma emoção

Atinge a modernidade

Sem coração

A chuva que cai

Não faz

Poça na minha televisão

Entre os raios emitidos

Sinais compreendidos

Entre antenas de rádio

E os parachoques dos carros

Que sem nenhuma razão

Sintonizam-me em outra estação

Girando o botão

Em longas ondas

Tudo ganha um amplo sentido

Nenhuma mudança

Quando

Semeiam prédios e asfalto

De frente para a vitrine

Olho para cima

A sombra da árvore

É uma marquise

Meu futuro

Em um letreiro de cinema

Tudo escuro

Uma sessão de reprise

JJuliano
Enviado por JJuliano em 03/09/2018
Reeditado em 17/02/2019
Código do texto: T6438108
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