Ferimentos
Interpelo sua vida
Pra dizer que sou hostil,
Pois sua falta dolorida
Reverbera em luta vil.
Incerto é a existência,
Pois não cobra sua entrada
É o que deve a congruência
Se não pode ser tirada.
Penso que venci,
Mas vejo que acabou
Finalizando o que perdi
Só encontro o que sobrou.
O que sobra é sempre bom,
Porque ninguém faz questão
Desprezam sobre o tom
De que não foi agressão.
Mas agridem em voz serena
E esquecem quem ouviu
E veem que não é pequena
A ferida que se abriu.
Abrir não é o que importa
Fechar é a questão,
E se batem em minha porta
Trancarei o que abrirão.