FESTA PARA OS REIS DE FRANÇA
Reflexo turvo numa barca brilhante,
de penas e contas que não deveriam estar ali,
rio que morre aos pés do viajante,
oculto em trejeitos das terras brutas que esqueci.
Seres marinhos são velas de lamento,
do que o espetáculo aguça na tristeza.
O brocado do luto desenha o firmamento,
quando não se sabe o ocaso da natureza.
São galanteadores frivolidades coloridas,
espreitando a nudez que se diz inculta.
Mas o cárcere acetinado de vozes doloridas,
é a revolução que no futuro às cabeças sepulta.