(poema inominado)

Não carece parco enquadro em substância-palavra, meu amor

Sentir este que devora com

indômitos lábios de ternura selvagem e

derrete em rubras-alvas águas

doce redenção de sutil pluma-paixão.

Que funde, em categórica isenção de toda a normativa da dualidade

(esta que assevera em preposições dogmáticas os extremos

e nulifica todo o espectro da Existência que perfaz e habita o caminho transpolar)

Cada e todo Existir que fundamenta escopo d'Essência

do sujeito: torna-o peremptória amálgama

e deífico-etéreo mestre do Universo-de-tudo-o-que-Há.

Ignóbil sentir este que

por inominado e livre de quaisquer

fronteiras de razão cognição

erudição vazia n'arabescos camonianos

torna-se e incólume brada-se (de cabalmente Ser) infinito e eterno

navegante passivo e fleumático e

sereno no celeste rio d'enlace

d'alma e corpo:

Gênese imaculada da Unidade.

Não nominemos, meu amor

(não carece como sobrepuja vário humano-epíteto)

Vero-amar este em cósmica expansão entrópica.

Gozemos pois do mélico licor da

consciente e n'integridade de si querida

União

liberta.

Nicolle Ramponi
Enviado por Nicolle Ramponi em 31/08/2018
Reeditado em 16/09/2018
Código do texto: T6435879
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