(poema inominado)
Não carece parco enquadro em substância-palavra, meu amor
Sentir este que devora com
indômitos lábios de ternura selvagem e
derrete em rubras-alvas águas
doce redenção de sutil pluma-paixão.
Que funde, em categórica isenção de toda a normativa da dualidade
(esta que assevera em preposições dogmáticas os extremos
e nulifica todo o espectro da Existência que perfaz e habita o caminho transpolar)
Cada e todo Existir que fundamenta escopo d'Essência
do sujeito: torna-o peremptória amálgama
e deífico-etéreo mestre do Universo-de-tudo-o-que-Há.
Ignóbil sentir este que
por inominado e livre de quaisquer
fronteiras de razão cognição
erudição vazia n'arabescos camonianos
torna-se e incólume brada-se (de cabalmente Ser) infinito e eterno
navegante passivo e fleumático e
sereno no celeste rio d'enlace
d'alma e corpo:
Gênese imaculada da Unidade.
Não nominemos, meu amor
(não carece como sobrepuja vário humano-epíteto)
Vero-amar este em cósmica expansão entrópica.
Gozemos pois do mélico licor da
consciente e n'integridade de si querida
União
liberta.