Madrugada

Teu corpo estava em meus braços

Teus pêlos em meus poros

Meus lábios em teus cachos negros

Enquanto repousavas, como faz o cervo nas pradarias

Minha mente viajava quilômetros

Atravessava desertos áridos

Até chegar em suntuosos palácios

Minha mente dava saltos quânticos

Era ela a velocidade sem resistências.

Enquanto ressonavas pacificamente

Minha cabeça ecoava o frêmito das grandes guerras

E a cada balbuciar dos teus plácidos sonhos

Meus olhos escuros brilhavam a faísca da madrugada.

Teus sobressaltos acalmei com mãos vagarosas

Feito lírios que roçam suavemente o ar dos vales

Deitei-te ao peito como um rochedo

Percorrendo-te em vaivém; ondas do mar.

Por entre selvas amazônicas e estrelas fugazes

Viajei sozinho em pensamentos insólitos

Na brevidade de um fragmento de tempo eterno

Teu corpo estava em meus braços.­

pedro toscan
Enviado por pedro toscan em 31/08/2018
Reeditado em 29/09/2021
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