A ARMADILHA DOS CAMELÔS
Vêm de bocas escandalosas nas calçadas
ou de potentes megafones convincentes;
são, pois, ondas sonoras altíssimas e estridentes
a agredir as ouças de pessoas alcançadas.
E um transeunte atônito de pensar latente,
apressado em passos jamais programados,
é desviado para caminhos não traçados
em sintonia à sua força de ser impotente.
Larápios se antepõem nos passeios para bloquear
mais inocentes bem carentes e abalados
e em bom sonho com os produtos ofertados.
Por fim, vão aos apelos dos camelôs a saquear
a fraqueza que carregam em seus olhares
fracos de defesa ao cruzarem tais lugares.
Salvador, 30/01/1999.