A ÁGUA PRO SERTÃO

– Ó, cirros de quimera,

cirros do céu do sertão,

sem a chuva que espera

minha gente do torrão!

Como pingos não caem lá,

seca longa e danada

prega fome por ser má

e tal gente tem nada.

– Ó, seca feia e tão letal,

faltar d’água que mata,

que seca até o ser fetal,

primo susto da mata!

Sendo a chuva que cede

sua alegria e seu puro amor

ao vivo que carece,

furta do sertão sua dor.

Salvador, 30/01/1999.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 30/08/2018
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