ETERNA MÁGOA, minha e de Augusto dos Anjos!
Eu e Augusto dos Anjos, em ETERNA MÁGOA!
“O homem por sobre quem caiu a praga, da tristeza do mundo, o homem que é triste, para todos os séculos existe, e nunca mais o seu pesar se apaga!”
A democracia brasileira, indigente, inidônea e delicada,
Está com uma lança envenenada
No centro do coração, encravada
Seta que foi exalada por uma deusa desalmada,
Frouxamente comandada por bufões da Esplanada,
Vis artífices do mal, travestidos de Negro,
Vingando uma eterna mágoa
Para desespero de um povo inerme,
Que aceita pão cuspido, sal, e vinagre sem salada!
Povo que Não crê em nada, pois, nada há que traga, consolo à Mágoa, a que só ele assiste. Quer resistir, e quanto mais resiste, mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga!
O padecer desse povo, em segredo ou aos brados, de pouco acalma,
E se cala a alma é porque nada se fala
Para abrandar a mágoa de ver sua filha vassala,
Pobre criança avara, que garante na escola,
A cátedra de permanecer neófita, para não sucumbir inexaurível na vala!
Sabe que sofre, mas o que não sabe é que essa mágoa infinda assim, não cabe na sua vida, é que essa mágoa infinda...
Mas qual o destino dessa deusa depravada,
Que se alimenta do restolho das lias, prodigiosamente inexorada?
Ela que é concubina da maestrina que assobia em noites rejeitadas,
A atrair o socorro da lamparina viciada
Que alumia pardieiros saturados de chicharros bonifrates!
Da Eterna Mágoa, a Deusa transpõe a vida do seu corpo inerme; e quando esse homem se transforma em verme, é essa mágoa que o acompanha ainda!
Cômico povo brasileiro, adorador da mais perversa de todas as esquisitices! Quando tudo parecia tão simples, você chega e decreta em testamento, que estamos fadados a ser, tudo aquilo que você nunca pretendeu, mas aceitou calado!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
“O homem por sobre quem caiu a praga, da tristeza do mundo, o homem que é triste, para todos os séculos existe, e nunca mais o seu pesar se apaga!”
A democracia brasileira, indigente, inidônea e delicada,
Está com uma lança envenenada
No centro do coração, encravada
Seta que foi exalada por uma deusa desalmada,
Frouxamente comandada por bufões da Esplanada,
Vis artífices do mal, travestidos de Negro,
Vingando uma eterna mágoa
Para desespero de um povo inerme,
Que aceita pão cuspido, sal, e vinagre sem salada!
Povo que Não crê em nada, pois, nada há que traga, consolo à Mágoa, a que só ele assiste. Quer resistir, e quanto mais resiste, mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga!
O padecer desse povo, em segredo ou aos brados, de pouco acalma,
E se cala a alma é porque nada se fala
Para abrandar a mágoa de ver sua filha vassala,
Pobre criança avara, que garante na escola,
A cátedra de permanecer neófita, para não sucumbir inexaurível na vala!
Sabe que sofre, mas o que não sabe é que essa mágoa infinda assim, não cabe na sua vida, é que essa mágoa infinda...
Mas qual o destino dessa deusa depravada,
Que se alimenta do restolho das lias, prodigiosamente inexorada?
Ela que é concubina da maestrina que assobia em noites rejeitadas,
A atrair o socorro da lamparina viciada
Que alumia pardieiros saturados de chicharros bonifrates!
Da Eterna Mágoa, a Deusa transpõe a vida do seu corpo inerme; e quando esse homem se transforma em verme, é essa mágoa que o acompanha ainda!
Cômico povo brasileiro, adorador da mais perversa de todas as esquisitices! Quando tudo parecia tão simples, você chega e decreta em testamento, que estamos fadados a ser, tudo aquilo que você nunca pretendeu, mas aceitou calado!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
Texto de minha autoria, adaptado do poema Eterna Mágoa, do extraordinário jurista paraibano Augusto dos Anjos, falecido em 1914, onde vivo, nessas Minas Gerais...